Vagão Alternativo – Narcolepsia Surrealista
Uma vontade incessante de dormir, até então incontrolável, onde o narcoléptico, sem noção de espaço, simplesmente apaga. Sim, dormir é realmente algo revigorante e, sem dúvida relaxante, mas quando se trata de narcolepsia, o ser humano tem fortes tendências ao sonambulismo.
É o que acontece com Bob, pobre coitado, não consegue se segurar em sã estabilidade e, sem hesitar, pronto. Já caiu no mais profundo sono. Começa a andar por toda a casa, se não fosse seu fiel cão manejar as maçãs verdes
gigantes, dentre outras coisas, o que seria de Bob? O grande problema é que ele insiste em morar em lugares como “Waterfall”…
Olá, seres providos de carbono e amoníaco, tudo bem com vocês?
Sei que não estão entendendo muito, um tanto mais abstrato que o normal, eu sei… Mas é devido o nosso tema de hoje: BACK TO BED, um jogo surrealista em perspectiva 3D, onde o abstracionismo pungente se faz ácido por entre as cadeias de anfetaminas provenientes de nossa satisfação em contato com desafios. Quem conhece o aclamado Monument Valley sabe do que estou falando.
(Peraí, o Sued falando de jogo?) Estão pensando o que? Sou viciado em estratégias e enigmas, além disso, não é um “joguinho” qualquer, crianças, logo vocês irão entender.
Em Back to Bad, você controla um cachorro verde com feição humana, seu objetivo é fazer com que Bob vá para a cama e durma em segurança. Até poderia ser clichê se os cenários não fossem baseados nas obras do excelentíssimo e genial Maurits Cornelis Escher, artista gráfico holandês conhecido por seus trabalhos com profundidades e meios-tons.
O jogo foi criado para ser um suspense devido seu fator estratégico e pela temática surreal, porém é um dos melhores puzzles da década. Os responsáveis por ele são o pessoal da Bedtime Digital Games, uma empresinha escandinava. Ninguém dava nada a ela até criarem o game “In a a freezing old warehouse on the harbor in Aalborg, Denmark.” (Eu sei, nome estranho o.O ), com esse game eles venceram o Independent Games Festival e conseguiram investidores para seus projetos, vale muito a pena acompanhar seus projetos.
Todos os cenários do game fazem brincadeiras constantes com a óptica despreparada posta em diretriz pelas cadências perceptivas neuro-sensoriais quais nos guiam por aí afora, mas, além de tudo, é uma viagem suprema! Os jogos de cores junto aos traços fazem parecer estar dentro de um quadro de Escher, controlando o tal Bob, que por sinal, mantém um traço vanguardista e aquadrelado, assim como o seu “cachorro humano”…
E, não é só Escher que foi homenageado nesse jogo, podemos perceber também fortes influências de Salvador Dalí nos relógios e espelhos derretidos, ainda um toque de René Magritte nos olhos perdidos por aí e, claro, nessa maçã verde gigante.
Bom, meus queridos humanoides, é isso. Além da empolgação, esse jogo é “abstratamente” construtivo. Uma boa ocupação para meados ociosos de dias aleatórios…
Ah sim… Continuem viajando! 😉