TDI – Fragmentado
Oi gente! Tudo bem com vocês?
Me digam aí, voces assistiram o filme Fragmentado?
Bom, mesmo que você nao tenha assistido prometo que não darei nenhum to de spoiler, ok? só o trailer do filme!
E se você ja assistiu já sabe que o filme conta a historia de Kevin, um rapaz que possui VINTE E TRÊS personalidades diferentes.
Enfim, primeiro, vamos ao trailer:
Aí você deve estar se perguntando: Mas Jéssica, não é dupla personalidade o nome certo?
Pois é. Existe sim dupla personalidade, porém, ao contrario do que pensamos, é muito mais comum existirem várias personalidades., como no caso do Kevin.
Agora, chega de blablabla e vamos aos fatos científicos:
O transtorno Dissosciativo de multipla personalidades só foi reconhecido pela Associação Americana de Psiquiatria na década de 80.
Até 120 anos atrás, eram considerados possessão demoníaca – na Bíblia, por exemplo, um homem diz a Jesus: “Meu nome é Legião, porque somos muitos”.
Com a descoberta da esquizofrenia em 1908, muitos possíveis casos de TDP receberam diagnóstico errado. Só nos anos 1970, o transtorno se tornaria popularmente conhecido, com o lançamento do filme Sybil, que conta o caso real da paciente Shirley Ardell Mason.
Não há uma causa exata para a TDP. Situações traumáticas podem causar atrofia do hipocampo, local principal da nossa memória.
Pois bem, antigamente o Transtorno dissociativo de identidade era chamado de transtorno de múltiplas personalidades.
E afinal de contas, o que ele é?
Esse transtorno é a presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos, que recorrentemente assumem o controle do comportamento (quem assistiu Fragmentado vai entender bem isso).
Existe uma incapacidade de recordar informações pessoais importantes, muito abrangente para ser explicada pelo esquecimento normal.
Se eu falar que até mesmo você, que não possui (pelo menos que saiba rs) nenhum transtorno de personalidade já passou por essa sensação, você acreditaria?
Pois é, sabe quando você sonha acordado(não estou falando do lado romântico disso rs) ou então se perde no que está fazendo e nem lembra porque está fazendo aquilo? Eu, por exemplo, já cheguei em casa e quando percebi não sabia nem que caminho tinha feito, como tinha chegado(e não, não estava bêbada).
Agora, imagine você ter isso de maneira extrema? O TDI é um processo mental que produz uma falta de conexão de uma pessoa em pensamentos, memórias, sentimentos, ações, ou senso de identidade.
quem tem TDI tem duas ou mais identidades alternativas que possuem nomes e características diferentes, que contrastam com a identidade primária (por ex., são hostis, controladoras e autodestrutivas). Algumas identidades podem se tornar dominantes dependendo da circunsctancia, tendo diferentes idades, generos, vocabularios, conhecimentos e formas de demonstrar (ou nao) afeto.
No caso do Kevin, e o próprio trailer mostra isso, ele possui a personalidade dominante Kevin, uma criança (inclusive andando de joelhos) e uma mulher (as outras identidades você precisa assistir o filme para saber rs)
As identidades alternativas são vivenciadas como assumindo o controle em seqüência, uma às custas de outra, podendo negar que se conhecem, criticar umas às outras ou mostrar-se em franco conflito. Às vezes, uma ou mais identidades poderosas destinam algum tempo às demais. Identidades hostis ou agressivas podem, por vezes, interromper atividades ou colocar as outras em situações incômodas.
As identidades mais hostis e controladoras costumam ter recordações mais completas do que as personalidades passiva. Porém, a identidade que não está no controle põe ter acesso a consciência produzindo alucinações auditivas ou visuais.
Mas então quanto tempo uma personalidade pode ficar com o domínio? Apenas alguns segundos são necessários para a alternância de personalidades, mas isso varia de indivíduo para indivíduo e da força que essa personalidade possui.
Ok, Jéssica, mas no filme o cara tem 23 personalidades, isso é possível?
Segundo relatos, o número de identidades varia de 2 a mais de 100. Metade dos casos relatados inclui indivíduos com 10 ou menos identidades. As mulheres tendem a ter maior número de identidades do que os homens, em média 15 ou mais, enquanto a média para os homens é de aproximadamente 8 identidades.
Algumas características e transtornos associados:
– Frequentemente relatam a experiência de severo abuso físico e sexual, especialmente durante a infância.
- Podem manifestar sintomas pós-traumáticos (por ex., pesadelos, flashbacks e respostas de sobressalto) ou Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Automutilação e comportamento suicida e agressivo podem ocorrer. Alguns indivíduos podem ter um padrão repetitivo de relacionamentos envolvendo abuso físico e sexual.
– Sintomas conversivos (por ex., pseudoconvulsões) ou ter capacidades incomuns de controle da dor ou de outros sintomas físicos. Os indivíduos com este transtorno também podem ter sintomas que satisfazem os critérios para Transtornos do Humor, Relacionados a Substâncias, Sexuais, Alimentares ou do Sono.
– Comportamento automutilador, impulsividade e alterações súbitas e intensas nos relacionamentos podem indicar o diagnóstico concomitante de Transtorno da Personalidade Borderline.
Alguns relatos de variação nas funções fisiológicas entre os estados de identidade (por ex., diferenças na acuidade visual, tolerância à dor, sintomas de asma, sensibilidade a alérgenos e resposta da glicose sangüínea à insulina).
Pra complementar o post, um dos casos mais interessantes que já ouvi falar sobre essa síndrome:
B.T. tinha perdido a visão por completo havia 13 anos, após sofrer um acidente traumático sobre o qual os médicos não fornecem detalhes.
Na época, ela foi diagnosticada com cegueira cortical, causada – de acordo com seu laudo médico – pelo dano cerebral ocasionado pelo acidente.
A protagonista desta história também sofria de transtorno dissociativo de identidade desde antes do evento traumático.
Personalidades diferentes
“Ela apresentava mais de 10 personalidades”, diz artigo assinado pelo doutor Waldvogel e por Hans Strasburger, professor assistente de psicologia médica do Instituto de Medicina Psicológica de Munique
“Em alguns casos, a paciente falava até mesmo línguas diferentes; às vezes só inglês, outras alemão e, algumas vezes, os dois idiomas misturados.”
Segundo a análise médica, a paciente havia vivido alguns anos, durante sua infância, em um país de língua inglesa. Por isso conhecia o idioma.
“O mais surpreendente foi quando, na quarta consulta, encarnando a identidade de um garoto adolescente, ela recuperou a visão de repente”, disse à BBC o professor Strasburger.
“A paciente reconheceu algumas palavras no título de uma revista. No princípio eram só letras, mas depois, muito rapidamente, começou a visualizar objetos, até que chegou a recuperar a visão por completo.”
Os médicos começaram a utilizar técnicas de hipnose terapêutica, e a capacidade visual de B.T. “se estendeu a outras identidades ou estados de personalidade”, segundo o trabalho publicado.
Waldvogel e Strasburger (seus médicos) chegaram à conclusão de que o primeiro diagnóstico havia sido equivocado: a cegueira de B.T. não era cortical, porque não se devia ao traumatismo cranioencefálico causado pelo acidente.
Se tratava de uma cegueira “psicológica”, ou uma “perturbação psicógena da visão”, tal como a descreveu Sigmund Freud em 1910.
“Não é algo tão raro, às vezes acontece e é um conceito que se conhece há muitos anos”, explica Strasburger.
“O que nunca havia ocorrido até agora é que uma pessoa pudesse ser cega e ver ao mesmo tempo, de acordo com a personalidade que adote.”
Essa mataria completa está aqui ()
Bom gente, é isso! Espero que vocês tenham gostado e entendido um pouquinho sobre TDI.
Dúvidas, elogios, críticas e sugestões é só comentar aqui embaixo ou nos enviar um email.
Beijinhos :**
Até a próxima semana! 😉
Fontes:
Psicologado
Apostila de Psicopatologia