No Divã dos Personagens – Hannibal – Canibal
Oi gente, tudo bem com vocês?
É, hoje é o capítulo final da série de filmes de terror/suspense.
Sei que já falei dele aqui, porém, contudo, todavia, eu havia dito que em breve voltaria com o senhor Lecter para um outro assunto… Então, chegou o dia!
Falar em comer carne humana não é algo muito agradável, né? Bom, para Hannibal isso é normal… Vamos entender o que a psicologia pode explicar sobre o assunto?
Vem comigo!
Na história de toda a série Hannibal (que passa por Silencio dos Inocentes, Dragão vermelho, Hannibal 1, 2, 258…) o que chama atenção, além de sua psicopatia/sociopatia é seu gosto peculiar por carne… humana!
Vamos dar o nome correto dessa situação: Antropofagia, que é o ato de comer carne humana/de mesma espécie. Esse nome vem da junção das palavras antro (homem) e phagein (comer). Termo canibal só apareceu no século XVI, quando a esquadra de Cristóvão Colombo passou pelas ilhas do Caribe.
Os rituais dos índios que viviam nessa ilha incluíam comer carne humana, em um ritual chamado Cariba, cujo significado era corajoso. Porém, por conta do erro de pronuncia dos europeus, a palavra se transformou em caniba, que logo em seguida veio a se tornar canibal o ato de comer carne da mesma espécie.
Como já perceberam, essa prática é muito antiga, e tem diversas motivações, que passam de rituais religiosos até comer a carne do inimigo que, dependendo das partes, poderia oferecer a habilidade, força, integridade e inteligência. (quem assistiu meu namorado é um zumbi pode ligar o fato… rs)
Existe também o famélico, que ocorre quando a uma escassez muito grande de alimentos, e não há outra forma de sobreviver (imagina o desespero D: ).
No caso do Hannibal, não é fome, não é ritual religioso, é apenas uma forma de sadismo (satisfação, prazer com a dor alheia.).
Hannibal é um canibal e cria situações para atrair suas presas para o local. É um predador, após cair na “armadilha” a presa é assassinada.
O prazer dele vale desde a forma como atrai suas presas, até o ato de se alimentar da carne (lembra da cena em que, no avião, ele come pedaços de cérebro, e oferece para um garotinho? :o)
Mas o caso de Hannibal vai muito além do prazer sádico.
Quem já assistiu A Origem do Mal vai saber. Quem não assistiu, fiquem espertos que tem spoiler, tá?
Mischa (sua irmã) é morta pelos soldados e tem sua carne consumida pelos mesmos, que estavam famintos.
Se você reparar, Hannibal só mata e se alimenta da carne de homens. Em sua fantasia, Hannibal está vingando a morte de sua irmã. Todos os homens que ele mata são reflexos dos desertores que assassinaram e comeram a sua pequena irmã, que não teve como se defender.
Mas, você deve estar se perguntando, porque ele prepara a alimentação, com detalhes como salsinhas e manteiga?
Bem, Hannibal tem o ego inflado, é vaidoso, se considera melhor do que os soldados.
Sua forma de preparar a carne humana é uma maneira de “jogar na cara” dos desertores como eles eram como animais selvagens, a roer até os ossos de Mischa.
Essa foi a sua forma de suprir a raiva que sentiu no momento em que perdeu sua irmã, foi a maneira que ele encontrou de vingar, de superar, de “trazer sua irmã de volta”.
Tanto que, quando finalmente ele mata pessoas que representam os assassinos de sua irmã, ele encontra em Clarice a representação afetiva de sua pequena irmãzinha.
Na vida real, as fantasias nunca seriam satisfeitas, na realidade, elas evoluiriam para se tornar mais elaborada. Ele continua matando porque nunca encontra satisfação plena.
Bom gente, é isso!
Espero que vocês tenham gostado dessa série. Eu não sou a maior fã de filmes de terror, mas, se quiserem ler sobre algum personagem que ficou faltando, escreve pra gente, tá?
🙂
Beijinhos
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