No Divã dos Personagens – Gus
Oi gente! Tudo bem com vocês?
Hoje, depois de reassistir o filme A Culpa é das Estrelas, resolvi escrever sobre o Augustos Waters. Não, esse não é um post “mimimi”. Só quero falar pra vocês como funciona a relação dele com o câncer e todo aquele “bom humor” que ele aparenta ter, apesar de ter perdido uma perna pra essa doença terrível. Vamos lá?
Ah, vale lembrar que contém SPOILERS, então, se ainda não assistiu/leu e não quer sofrer nenhuma surpresa, recomendo que providencie isso o mais rápido possível! 😉
Primeiro, vou traçar aqui um perfil básico do personagem:
Augustos (Gus) é um adolescente de 17 anos. Inteligente, está em remissão de um osteossarcoma. Um tipo de câncer que dá nos ossos. Essa doença o fez amputar uma perna, e como consequência, abandonar o basquete.
O câncer é uma doença que atinge grande parte da população mundial, e seu tratamento é demorado, delicado, e dependendo do caso, praticamente impossível de reverter e há um porém: às vezes, o câncer volta, é quando ocorre a recidiva.
Apesar disso, ele é uma pessoa “de bem com a vida”. Lida bem com todos esses fatos, inclusive em uma das cenas, diz que precisava contar ao pai que não gostava mesmo de basquete.
Tanto o livro quanto o filme giram em torno de dois personagens, a Hazel (personagem principal) e o Gus.
Enquanto a Hazel, apesar de, aparentemente “lidar bem” com o câncer, se mostra revoltada em muitos momentos. Gus tem uma atitude contrária.
Ele se mostra otimista com tudo e apesar de tudo.
Há isso damos o nome de resiliência. E o que esse nome estranho significa?
Olha aqui: Resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades.
Existem sete fatores da resiliência, que são:
Administração de emoções
É a habilidade de se manter sereno diante de uma situação de estresse. Ressalta que pessoas resilientes quanto a esse fator são capazes de utilizar as pistas que leem nas outras pessoas para reorientar o comportamento, promovendo a autorregulação. Segundo esse autor, quando essa habilidade é rudimentar, as pessoas encontram dificuldades em cultivar vínculos e com frequência desgastam, no âmbito emocional, aqueles com quem convivem em família ou no trabalho.
Controle dos impulsos
Um segundo fator é o controle de impulsos, tal qual é feito por Mahatma Gandhi, famoso líder indiano, que se refere à capacidade de regular a intensidade de seus impulsos no sistema neuromuscular (nervos e músculos). É a aprendizagem de não se levar impulsivamente pela experiência de uma emoção. O autor explicita que as pessoas podem exercer um controle frouxo ou rígido do seu sistema muscular, visto que esse sistema está vinculado à regulação da intensidade das emoções. Dessa forma, a pessoa poderá viver uma emoção de forma exacerbada ou inibida. O controle de impulso garante a autorregulação dessas emoções ou a possibilidade de dar a devida força à vivência de emoções, tornando o grau de compreensão do autor mais sensível e apurado mediante a situação.
Otimismo
Um terceiro fator é otimismo. Nesse fator, ocorre na resiliência a crença de que as coisas podem mudar para melhor. Há um investimento contínuo de esperança e, por isso mesmo, a convicção da capacidade de controlar o destino da vida, mesmo quando o poder de decisão esteja fora das mãos.
Análise do ambiente
O quarto fator é a análise do ambiente. Trata-se da capacidade de identificar precisamente as causas dos problemas e das adversidades presentes no ambiente. Essa possibilidade habilita a pessoa a se colocar em um lugar mais seguro ao invés de se posicionar em situação de risco.
Empatia
A empatia é o quinto fator que constitui a resiliência, significando a capacidade que o ser humano tem de compreender os estados psicológicos dos outros (emoções e sentimentos). Não é ”colocar-se no lugar do outro” como muitos insistem em afirmar. É sim a capacidade de sentir o mesmo que o outro sente, ao passo que o “colocar-se no lugar do outro” de certa maneira contribui para a experiencialização e direcionamento das ações compreensivas.
Autoeficácia
Autoeficácia é o sexto fator, que se refere à convicção de ser eficaz nas ações propostas. ex: Um homem alcoólatra propõe a si mesmo colocar em prática um destino longe desta doença pela seguinte ação convicta: não dar o primeiro gole.
Alcance de pessoas
O sétimo e último fator constituinte da resiliência é alcançar pessoas. É a capacidade que a pessoa tem de se vincular a outras pessoas para viabilizar soluções para intempéries da vida, sem receios e medo do fracasso.
É isso que acontece com o Gus. Apesar de ter passado por maus bocados, ele supera seus problemas, tem atitudes com humor, lida bem com sua condição física e muitas vezes até brinca com sua situação e de seus amigos (como na cena em que estão jogando ovos no carro da ex namorada do Isaac e diz: “Temos aqui: 5 pernas, 4 olhos e 3 pulmões e meio” ).
Essa atitude positiva é sim muito boa, evita o sofrimento e a pessoa consegue viver melhor.
Sabe a expressão “dar a volta por cima”?
É exatamente isso.
Porém, a pessoa resiliênte não é imune a tristeza não, viu gente? Ela tem sim uma habilidade de se manter mais serena diante das situações, mas nem por isso ela é uma porta que não possui sentimentos.rs
Ela apenas lida com eles de outra forma, podendo também sofrer de momentos de tristeza.
No caso do Gus, mesmo quando (SPOILER, SPOILER, SPOILER) seu câncer volta, ele continua com a atitude positiva. Obviamente ele fica triste, tem momentos depressivos, mas, tenta superar de todas as formas, ainda que esteja cada mais grave.
Ah, antes de finalizar vale lembrar que o apoio da família e dos amigos é tão importante para a pessoa resiliênte quanto para uma pessoa que não lida tão bem com essas situações, viu?
Não vou postar aqui o final da história, ok?rs
Espero que vocês tenham entendido um pouco do que é a resiliência, e caso ainda haja alguma dúvida, postem aqui nos comentários 😉
Beijinhos :**
Ps: lembrem do post do Walter White, como lidou com o câncer e agora o do Gus. Percebem a diferença? 😉