No Divã dos Personagens – Coringa
O personagem escolhido para ser analisado hoje, é um dos vilões mais LEGAIS o Universo dos quadrinhos (ok, eu conheço bem pouco – ainda – ). Ele tem cabelos verdes, cara pintada de branca e um humor, digamos, bem peculiar.
Pois é, hoje vou falar um pouquinho sobre o Coringa, em Piada Mortal (onde podemos ver a sua origem – ou uma das, já que ele mesmo diz não ter tanta certeza do que aconteceu).
ALERTA DE SPOILERS
O Coringa é um rapaz que está em busca de emprego como comediante, para poder sustentar sua família, já que sua mulher está grávida. Como não consegue, acaba sendo atraído para fazer um assalto como o Capuz Vermelho, em uma fábrica de produtos químicos. Enquanto planeja o assalto, é informado pela polícia que sua mulher morreu, vitima de um acidente doméstico. Por mais que ele não veja mais motivos para o assalto, é convencido a prosseguir, porém, como não tem experiência alguma com o Mundo do crime, acaba sendo pego pela polícia, e em um confronto rápido com o Batman, acaba caindo em um tonel de produtos químicos. Todos acreditam que ele (o Capuz Vermelho) morreu no acidente, mas ele sai de lá, já com os cabelos verdes e a face branca, sendo assim transformado em Coringa.
Ok, então, vamos agora abordar o lado psicológico que eu acho mais interessante nessa história.
O Coringa quer provar a todo custo que, qualquer homem, estando em uma situação conflituosa, ruim, desagradável, tem apenas a opção de enlouquecer.
E ele usa o comandante Gordon para tentar provar isso. Ele atinge sua filha com um tiro, e o leva para um parque de diversões abandonado, que ele fez questão de deixar o mais incomodo e assustador possível.
“Lembra? Oh, eu não faria isso ! Lembrar é perigoso…Eu vejo o passado como um lugar cheio de ansiedade. O ‘pretérito imperfeito’ como você chamaria. Ah! Ah! Ah! Ah! As lembranças são traiçoeiras! Num instante você está perdido num carnaval de prazeres, como aromas da infâncias, os neons da puberdade … No outro, elas te levam a lugares aonde você não quer ir… Onde a escuridão e o frio trazem à tona coisas que você gostaria de esquecer! As lembranças podem ser vis, repulsivas, brutais… Como crianças. Mas podemos viver sem elas ? A razão se sustenta nelas. Não encarar as lembranças é o mesmo que negar a razão! Mas e daí ? Quem nos obriga a ser racionais? Não há clausula de sanidade! Assim, quando você estiver dentro de um desagradável trem de recordações, seguindo pra lugares do seu passado onde o risco é insuportável… Lembre-se da loucura. A loucura é a saída de emergência! Você só precisa dar um passo pra trás e fechar a porta com todas aquelas cosias horríveis que aconteceram.. Presas lá dentro … Pra sempre.”
Gordon não enlouquece como Coringa gostaria, e Batman consegue chegar para salvá-lo. E eles têm uma conversa no mínimo, interessante.
Segundo Coringa, o que separa um homem são da loucura é apenas um dia ruim, e ele questiona Batman, afirmando que o mesmo teve um dia ruim, senão, não teria porque ter se transformado no Homem Morcego.
Isso é algo que me intriga desde que comecei a me interessar por eles, é o quanto o Batman e o Coringa são parecidos, e, ao ler esse quadrinho, tive a completa certeza.
Ambos tiveram tragédias familiares envolvidas, ambos encontraram um personagem para se “fantasiar” e fugir da realidade cruel do Mundo. O que os difere é apenas que um faz as coisas pelo lado do bem, da justiça, e o outro, pelo lado do crime.
O Batman se oferece para ajudar Coringa a “voltar para os trilhos”, oferece auxilio para uma reabilitação, e Coringa diz que é tarde demais para isso, dando a entender que ou ele não quer ajuda, ou ele entrou tanto no personagem, que ele já É ele, diferente do Batman, que é o Bruce Wayne (Oh!), Coringa é, e sempre será apenas Coringa.
Agora, o que o Coringa é? Psicótico? Psicopata? Louco? Sínico?
Bom, depois de alguns dias estudando e tentando encontrar uma resposta, a única que encontrei e que cabe com a situação é “Psicótico”. Quer entender mais?
O termo psicótico refere-se a um amplo comprometimento do teste da realidade, de acordo com o glossário da Associação Norte-Americana de Psiquiatria (American Psychiatric Association). Pode ser utilizado para descrever o comportamento de um indivíduo em um determinado momento, ou um transtorno mental no qual, em algum momento do seu curso, todos os indivíduos com o transtorno apresentem tal prejuízo no teste da realidade. A evidência direta do comportamento psicótico é a presença de delírios ou alucinações sem a percepção de sua natureza patológica.
Psicose, segundo o DSM (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais) é o nítido prejuízo do teste da realidade, evidenciada por delírios, alucinações, pensamento incoerente, nítido afrouxamento das associações, pobreza do conteúdo do pensamento, pensamento nitidamente ilógico, conduta bizarra ou grosseiramente desorganizada, ou ainda catatônica.
Bom, é isso.
Espero que tenham gostado, escrever sobre o Coringa não foi nada fácil MESMO. Ele pode se enquadrar em vários diagnósticos, porém, o que ficou mais condizente com o que sabemos sobre ele, é esse.
Pretendo escrever mais sobre o Coringa e, se tiverem alguma dúvida, podem mandar email, é só clicar ali em cima na aba “contato” e no assunto colocar “No divã dos personagens” que eu mesma vou responder!
Nunca li A Piada Mortal…. devo ou não devo receber spoilers??? =?
Fica à vontade Pedro Perez! kkkkkkkkkk
Adoreiii, Je! Parabéns pelo trabalho! Vou ficar de olho nesses posts dessa série! Muito bacana mesmo! 🙂
Bjo!
Obrigada, Dri !
Fico feliz que esteja gostando !
E semana que vem, tem mais !!!
Qualquer dúvida ou sugestão, só perguntar !!!
Beijos