Memória afetiva – Ratatouille

Oi gente, tudo bem com vocês?

Esses dias, assistindo uma animação que eu gosto muito (e na onda de masterchef da vida) tive um insight sobre o que escrever para vocês: Memória Afetiva.

E qual personagem seria melhor para eu escrever sobre isso, do que o Ego, de Ratatouille ?

Já vou avisando que vai ter SPOILER, mas não é nada que vai fazer você não querer assistir o filme, tá? Aliás, vou minimizar BEM o spoiler, pois esse é um personagem “secundário”, e a atenção vai para apenas um momento do final da animação.

No final da animação, quando o Ego (ler com sotaque francês, por favor) prova o prato de ratattouille ele tem grandes recordações de sua infância. Momentos que provavelmente esqueceu, e que, graças ao prato do Remi, voltaram das suas mais escondidas memórias.

Mas, como funcionam as memórias afetivas e esse resgate das mesmas?

Pra começar:

O que é memória?

Memória é a faculdade de conservar e lembrar estados de consciência passados e tudo quanto se ache associado aos mesmos.

É um processo mecânico que consiste em: codificação, armazenamento e recuperação de eventos.

Ah, tem mais sobre memória aqui

Ou seja, a memória é formada por lembranças, certo?

Memória afetiva são as lembranças que temos de bons tempos da infância e juventude.  São aquelas recordações nostálgicas, como do cheiro do perfume que tinha no quarto da sua avó, das risadas nas brincadeiras com os amigos entre tantas coisas que ficam guardadas na nossa memória.

“No decorrer de toda a nossa vida, nosso corpo armazena sensações que estão ligadas a sentimentos e vivências afetivas. Algumas dessas sensações irão desaparecer com o passar dos tempos; outras, irão se sedimentar, deixando uma impressão gravada em nosso corpo e em nossa mente, de forma consciente ou inconsciente. O corpo não esquece. Tudo o que foi vivido durante a infância, através de sensações, permanece registrado.” Volpi, José Henrique – Psicologo Corporal.  

Como a memória afetiva se desenvolve?

A memória afetiva se desenvolve  quando ocorre uma percepção sensorial como um cheiro, um sabor, um som ou uma cor esteja ligados a um momento afetivo importante. Um exemplo pessoal e que talvez ajude vocês a entender mais: eu me lembro da TEXTURA do ultimo bolo de cenoura que minha vó fez, na semana que ela faleceu. Eu não lembro do gosto, nem do cheiro, mas da textura. E eu posso comer mil bolos de cenoura, se eu comer algum com a textura parecida, as lembranças vem a tona.

E é o que acontece com o Ego. Ele recebe “mensagens” em seu cérebro lembrando a sua infância com sua mãe, assim que coloca o ratatouille na boca.

Agora você deve estar pensando: Mas por que a memória afetiva é tão importante?

Bom, segundo a psicóloga clínica Vanilde Gerolim Portillo “o resgate  da memória afetiva é fundamental no nosso processo de desenvolvimento psicológico, de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.  Quando resgatamos nossas memórias estamos trazendo com elas a possibilidade de revisar, compreender e digerir determinadas situações que podem estar bloqueando nosso ir em frente.” 

Muitas vezes podemos estar “presos” em algumas situações antigas que não foram bem resolvidas e que só com o trabalho com a memória afetiva podemos resolver.

Muitos podem ficar até doentes por conta de situações do passado mal resolvidas.

É importante esse resgate para que possamos ampliar a nossa consciência, aumentar a nossa visão sobre nós mesmo e o mundo ao nosso redor.

“Quando trazemos à tona nossas memórias afetivas estamos elaborando e compreendendo experiências carregas de afetos do nosso passado e que se depositaram, no fundo da alma, sendo dolorosas ou não fazem parte da edificação do nosso ser.” (Vanilde Gerolim Portillo)

 

Portanto, a memória afetiva “aparece” na nossa vida nos mais diversos momentos e situações, pode ser um filme, uma música, um perfume ou um sabor e não necessariamente são coisas da infância, mas isso depende da sua idade e dos momentos marcantes que você vivenciou.

Quem sabe em breve você não tem alguma memória afetiva com nós aqui do Locomotiva, hein?

anton-ego-me-surpreenda

Espero que tenham gostado do texto, até a próxima semana!

 

Beijinhos :**

 

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