Fala galera! Aqui é Rafael Tanisho e hoje o Locomotiva de Som é por minha conta! 😉

“Apaga do teu coração as marcas de um tempo atrás, e saiba que eu não sei viver o estrago que o tempo faz…”. Assim diz a primeira música do disco Saca la Muerte de Tu Vida, do Esteban.

Quem é Esteban?
Há aproximadamente 15 anos surgiu em Porto Alegre uma banda chamada Fresno. Calma. Mesmo você não gostando de Fresno, leia. A banda tinha como baixista um cara chamado Rodrigo Tavares, e na época tinham um som que lidava com dramas adolescentes e coisas do tipo, afinal, eram adolescentes.
Por que eu estou falando disso? Por que Esteban é o amadurecer personificado de Rodrigo Tavares.
Não vou entrar no mérito de seu primeiro disco. Estou aqui para falar de Saca la Muerte de Tu Vida. Por um bom tempo pensei que o primeiro disco fosse menos complexo de se entender, e mais juvenil, devido à grande variedade de estilos presentes no mesmo. Mas ao escutar o segundo disco podemos entender a multi-personalidade, os múltiplos sentimentos que temos e como variamos de estilos musicais, dependendo do que estamos sentido no momento. Quem nunca se pegou escutando um heavy metal quando estivesse com raiva, ou uma regueira quando estivesse de buenas?

Saca la Muerte de tu Vida é um disco que abrange vertentes do blues, samba, mpb, alguns toques eletrônicos e o melhor elemento, muito som gaúcho. Pra quem curte acordeon (gaita de fole), pra quem curte um som mais choroso, lembrando fortemente grandes poetas da música popular brasileira, esse disco é um prato cheio. Melhor ainda para quem curte um som que seja a mistura de tudo isso. Mas agora vamos falar sobre algumas músicas, afinal, melhor do que ficar tentando convencer vocês falando, vou convencer mostrando o som! 😉

“Que nunca morra o que há de viver, eu não sei ficar só e não quero aprender…”. Olha que lindo isso! A redenção do homem! O admitir não ser tão forte! Frase constantemente repetida na minha música favorita deste disco! Com vocês Chacarera da Saudade!

Cigarros e Capitais é a segunda música que destaco desse projeto fantástico. Aparentemente, uma música extremamente biográfica, quando você escuta o primeiro disco nota que todas as músicas praticamente são escritas para uma única pessoa. Essa música parece a saudade dessa pessoa. “Até tentei mudar, parar logo de fumar, mas cigarros são poemas pra quem nunca sabe o que falar… E quanto a mim, eu não sabia que seria o assim… Você jurou que ficaria aqui até o final mas decidiu não pensar mais em mim…” Um trago num cigarro para colocar a cabeça do lugar! Um trago no cigarro para trazer aquela sensação poética que o cigarro trazia a uns anos atrás!

Essa próxima música traz um tom mpb/samba bem forte, com a mistura do acordeon (gaita de fole). O canto é mais reto nos versos sem muitas alterações rítmicas, o que vai se quebrando aos poucos nos pré refrões, até chegar o momento em que todos da roda cantam juntos (no auge da música).

“Vai doer, vai durar, nada impede a onda de passar.
Vai sofrer, vai chorar, nada impede a onda de passar
Vai partir, vai voltar, vai morrer por amar…”

Sensacional! Escutem ela aí! Tango Novo!

E agora para finalizar, um reprise, mas numa versão ainda mais gaúcha! E essa sim é a minha favorita! Chacarera da Saudade com a participação de Pirisca Grecco nos vocais!

Bom galera, é isso, espero que tenham gostado do som que recomendei! 😉