Lançamento Kramalatus II e III!
No comecinho do mês passado estivemos no lançamento dos 2 livros do nosso parceiro Kramalatus, que “encerram” a série “Imortais”. Um evento cheio de amigos e família o qual não pudemos ficar de fora. A parceria entre o Locomotiva26 e Kramalatus já tem mais de um ano e, para nós é muito importante prestigiar um grande talento como o dele, cheio de grandes ideias.
Conseguimos bater um papo com o escritor da trilogia “Imortais” e trouxemos para vocês saberem algumas particularidades da sua obra e de futuros projetos que já estão engatilhados.
Bora conferir!
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Rafael: Estamos aqui com o criador do universo Imortais, Kramalatus, um grande parceiro nosso. Essa entrevista na verdade era para ter saído a um tempo mas com toda a correria que foi nesses últimos tempos, acabou ficando complicado. Mas hoje finalmente nós conseguimos sentar para trocar umas ideias. Fábio, a primeira coisas que se passa na minha mente é: Por que dois livros ao mesmo tempo?
Kramalatus: No ano passado eu tive que gastar o dinheiro reservado para a parte dois para tratamento dos meus gatos na questão de saúde, aí fiquei sem dinheiro e não deu para fazer o lançamento da parte dois. Então naturalmente eu poderia estar lançando somente a parte dois, mas isso iria atrasar todo o cronograma que eu tenho das previsões do projeto pros demais livros e grande parte do pessoal que comprou a parte um estava esperando já ter lido a parte dois para ler a parte três. Então por causa dos fãs e para não atrasar o cronograma já fiz o lançamento das partes dois e três de uma vez.
Rafael: Para a galera que ainda não leu o primeiro livro, faça um breve resumo para entrarmos no segundo e no terceiro.
Kramalatus: O livro começa com quatro contos onde são tratados a respeito de malhas entre os mundos. Portais místicos, científicos, buracos de minhoca, magia, seja lá o que for que permita passagem de matéria e energia pelo tempo e espaço. Isso para explicar onde acontece esse universo, de onde vem os poderes, as magias e tudo mais. E são apresentados os personagens que vão enfrentar uma organização criminosa, e começa a narrativa.
A parte dois começa imediatamente onde a primeira acaba que é quando apresento um novo personagem, um novo herói na trama. Na sequencia, as partes um e dois são bem lineares, então temos a contagem temporal e dá para ter uma noção da passagem dos meses e anos.
Então na parte um são apresentados vários personagens, na parte dois respondo alguns questionamentos importantes a respeito do universo e na parte três eu finalizo a história em um ritmo de escrita diferente, pois não preciso mais apresentar os personagens nem explicar muitas coisas, então é o final derradeiro onde temos muita porrada, muita pancadaria que o pessoal está ancioso para ver acontecer. Querem ver o circo pegar fogo, e eu coloco a cidade inteira em chamas em alguns momentos da parte três do livro.
Rafael: Como a gente estava conversando antes, você tem uma escrita um tanto diferente, peculiar, principalmente pelo modo que termina o primeiro livro, onde você simplesmente termina e não termina, digamos assim. Você para no meio de uma frase, o que gera um certo ódio em pessoas como eu mas ao mesmo tempo gera uma inquietação, do tipo “o que é que está por vir”. De onde vem isso? Foi um pensamento seu de que talvez as pessoas vão se interessar mais? Ficar mais curiosas? Não estava escrito? Qual foi o critério para o término do primeiro livro?
Kramalatus: O livro foi escrito para ser apenas um. A ideia de dividí-lo em três partes foi para ficar mais fácil de manusear e mais fácil de vender. Poucas pessoas arriscariam pegar um livro grande demais sem conhecer, então fiz uma primeira parte pequena e depois ter uma segunda e uma terceira também pequenas para que as três façam parte de um composto só. Por isso os três possuem a mesma capa.
Muda a cor do fundo, mas tem uma justificativa do por quê essa cor dentro do universo dos Imortais, e já que decidi dividir em partes menores para manuseio precisei encontrar alguns pontos para fazer divisão.
Da parte dois para a parte três existe uma diferença no ritmo da narrativa, ou seja, termina a parte dois e a parte três continua em uma jornada temporal diferente, meses ou anos depois, independente. Ou seja, tem uma finalização. Da parte um para a parte dois não tem. Temos a apresentação de um novo personagem., então existe o encerramento de uma narrativa, um episódio ou algo que o grupo estava fazendo e se fosse simplesmente parar por alí apenas acabaria a história mostrando que iria ter um novo personagem. Mas coloquei uma página onde começo a decrever alguma coisa desse personagem. É como se fosse o easter egg da cena depois dos créditos do filme que você sabe que é de um filme que está por vir. Então essa é a coçada na mão.
Aí me dizem “mas você não colocou três pontinhos”. Não coloquei, pois é como se você pegasse o livro, rasgado ele e aquela folha tivesse ido junto, tanto que o segundo livro começa com essa última folha da parte um.
Rafael: Vamos falar um pouco sobre suas influencias. Acredito que você deve ter uma grande influencia de Tolkien, talvez um pouco de Lovecraft, e é bom deixar claro que, principalmente quando tratamos desse gênero de livros as pessoas tem só influencias internacionais. Quais são as suas influencias, e você tem alguma influencia nacional para fazer seu trabalho?
Kramalatus: Sobre as influencias nacionais, Monteiro Lobato com o Sítio do Pica Pau Amarelo. Ele tinha personagens diferentes de épocas distintas com poderes, habilidades e viagens impressionantes.
Maurício de Souza, da Turma da Mônica, onde tinha-se também esses personagens que viajavam pelo espaço, os longas metragem em desenho eram fantásticos com historias sensacionais, então tive isso na minha infância. Tive exemplos adequados para crianças.
Um pouco na juventude tem a mitologia brasileira. Então quando você se aprofunda um pouco mais, temos as lendas indígenas, o Saci Pererê e tudo mais que não deixam de ser influencias interessantes para eu criar meus personagens. É claro que foi uma influencia muito pequena perto de toda a parte internacional que tive, mas é algo que nunca abri mão por ser um contato direto, mais fácil e adequando para minha idade na época.
Rafael: E sobre as influencias internacionais, qual seria seu top 3 de autores?
Kramalatus: Eu não tenho um top 3 para isso, mas vou ser parar em três categorias: histórias em quadrinhos, filmes de ficção científica e filmes de terror. Se quiser abrir um pouco mais o leque de histórias em quadrinhos temos a DC e a Marvel. Temos outros, mas esses povoaram mais minha mente. Em ficçao cientifica temos Star Wars, Star Trek, Star Gate, vários Stars da vida. Um desenho muito antigo, o Voltron, que era muito maduro e bem feito para sua época. Podemos contar também Thunder Cats, Tartarugas Ninja e outros do tipo. E filmes de terror, cresci assistindo Sexta Feira 13, A Hora do Pesadelo, Halloween e filmes de zumbi. Então paralelo a Turma da Mônica e Sítio do Pica Pau Amarelo eu via tudo isso, minha mente sempre foi muito aberta, meu pai sempre me acompanhou me dando a maturidade para eu ter o discernimento do que eu estava vendo.
Rafael: Boa parte do universo dos Imortais saiu do universo do RPG. Antes de entrarmos nessa questão, gostaria de saber de qual RPG você se embasou para criar o universo de Kramalatus.
Kramalatus: O universo de Kramalatus é muito interessante, pois é o nome de um personagem NPC que fiz para uma das sessões de Dungeons & Dragons. Conheci o Dungeons & Dragons, depois o Advanced Dungeons & Dragons, depois a edição 3, 3.5, mas não tive muito interesse ou tempo para ver as edições seguintes. Então a rigor seria o universo do Dungeons & Dragons. E o Kramalatus no universo do jogo era um financiador de projetos, e eu adotei o nome desse personagem por ser um nome fantástico e porque eu financio o meu próprio projeto.
Rafael: E o universo de Imortais foi baseado nas partidas que você joga com seu grupo, correto?
Kramalatus: O universo Imortais também engloba o RPG. Um dos primeiros personagens dos quatro que criei vai fazer parte de um livro chamado Intergalático. Era uma brincadeira que eu tinha quando criança com peças coloridas, cada peça sendo um personagem com um poder diferente. Eu brincava, guardava tudo e no dia seguinte voltava a brincadeira de onde tinha parado como se fosse um seriado, desenho animado, criando episódios novos.
Depois continuei criando personagens mesmo não brincando com eles e, alguns como o Brian e a amadura que está no livro Imortais, criei na minha adolescência e pré-adolescência um pouco conturbadas com minhas emoções. Nunca parei de criar personagens, só que até então esses personagens não eram vinculados com RPG. Então temos o universo Imortais, o livro Imortais e esses personagens que falei e mais alguns que não são oriundos do RPG, mas temos participações especiais de alguns personagens e quando alguém questiona “quem é esse?”, alguém responde quem ele é, mas complemente com “isso é uma outra historia”, pois existirá uma coleção de livros chamada Coleção Outras Historias, onde sete livros serão somente com personagens baseados no universo de RPG. A Coleção Outras Histórias será composta por oito livros, com o oitavo sendo o Intergalático.
Rafael: Quanto da sua vida real serviu como influencia para seus personagens?
Kramalatus: Não existe nenhum personagem que não tenha traços da minha personalidade. Alguns deles tem até em demasia, mas isso não significa que ele seja mais ou menos importantes, e sim que no momento de sua criação eu peguei essas características. É como se eu pegasse uma característica, um pensamento ou uma ideia no momento, ignorasse tudo o resto que sou e deixasse que fosse apenas essa ideia. É como se pegasse uma folha de uma arvore, o caule e a raiz e nascesse uma arvore apenas de folhas, uma apenas de caule e outra só de raiz, mas todas são arvores com todos os componentes que a arvore deve ter mas feita apenas de um material. Então a relação desse personagem com o universo vai dando a ele novas características.
Alguns dos personagens mais importantes são baseados em eventos até traumáticos de minha adolescência relacionado a desilusões ou solidão, e tem aqueles baseados no sucesso. Por isso temos personagem com historias tristes e personagem fervoroso com o sucesso do começo ao fim.
Rafael: Você pegou os traços de algum amigo seu para criar algum personagem?
Kramalatus: Entre figurantes e personagens da trama que servem para fazer ponte de ligação na essência da historia, fiz alguns propositalmente com características de alguns amigos para homenageá-los. Então existem sim, não que não sejam importantes na trama, pois alguns até ganham uma particularidade e não inibi seu crescimento, mas a historia não é baseada nesses personagens, e teremos até um livro mais pra frente que é sobre vilões, que é Deus: Filho do Homem, que também foi baseado em historias de RPG e é um livro mais pesado com coisas ruins, crimes, o universo dos vilões. E meus amigos que participaram de jogos de RPG fizeram questão de que eu colocasse os personagens deles.
Sempre evitei de fazer historias com personagens de jogadores por ser direito autoral deles. Foram eles quem criaram, mas dessa vez não teve como. Fizeram tanta questão que vou colocar os personagens deles e serão personagens principais.
Rafael: Vamos para as últimas duas perguntas. A primeira é sobre o universo de Imortais. Sei que é como perguntar se você tem um filho favorito, mas você tem um personagem favorito ou que você se identifica mais?
Kramalatus: Não existe um personagem que me identifico mais, mas o que me identificaria mais hoje seria o mais recente. O personagem que criei 20 anos atrás era o com qual me identificava naquele momento, mas quem eu sou hoje é em virtude do personagem que criei ontem, então não tenho como desvincular. O que posso falar é qual o personagem mais poderoso, com mais habilidades ou mais engraçado. Mas qual eu gosto mais não tem como, tanto que é um grupo de personagens reunidos para fazer a trama. O que posso dizer é que Imortais foi o ultimo livro que eu idealizei, e foi o primeiro que publiquei porque tenho para mim que é minha obra prima. Então estou começando minha carreira com meu livro mais importante, então não vou negar que é meu melhor livro.
Os outros livros que vou lançar não são ruins, mas quem ler e gostar de Imortais vai querer ler os outros de qualquer jeito porque vai querer conhecer o universo como um todo. Não vou deixar a desejar naqueles livros, mas o Imortais é o melhor, tanto que minha ideia foi começar a lançar por ele para que ele me de o ritmo de qualidade de escrita para os próximos livros, então pode acontecer de eu me surpreender e os próximos livros que já estão idealizados superem a qualidade do Imortais, porque já seguirei nesse ritmo e nessa qualidade.
Rafael: Já sabemos que você pretende continuar a carreira como escritor. Então nos diga o que podemos esperar de Kramalatus a partir de agora, já que o ciclo de imortais se concluiu.
Kramalatus: Imorais tem começo, meio e fim. Não foi intencional fazer em trés partes distintas mas aconteceu. A proposta é um outro livro que já está pronto que sera dividido em dois volumes que é o Contos do TGK. Como Imortais traz personagens com habilidades sobrenaturais dentro de uma sociedade que desconhece toda a realidade do que existe, há de se supor que algumas organizações saibam da existência desses seres. O TGK é uma dessas organizações, então são vários contos em dois volumes onde essa organização interage com vários eventos fantásticos, alguns sobrenaturais ou não, uma grande equipe de operações especiais e logística com toda infra estrutura necessária médica e armamentista para enfrentar N situações. E muitas histórias que acontecem nos contos do TGK são paralelas ao Imortais, tanto que enquanto escrevia Imortais eu escrevia Contos do TGK.
Depois vem então a Coleção Outras Historias, que são os oito livros que citei. O Musa, que é a historia de um dos anjos já está escrito, o Intergalático também, tenho outros três livros que comecei a escrever porque esses oito livros terão muitos crossovers entre eles. Tem personagens que participam em todos os livros, então quando entra na historia de um desses personagens tenho que parar a narrativa que eu estava escrevendo e me focar na historia desse personagem em outro livro. Então fico viajando entre as historias dos oito livros.
Acabando esses tenho o Super Heróis Mais Poderosos do Brasil, os SQN, que é uma brincadeira que faço que seria Só Que Não, já que eles não são tão poderosos assim, mas na verdade significa Super Quânticos Naturais que são super heróis brasileiros com toda a origem, criação, tudo relacionado a cultura e até mitologia brasileira. Eles fazem parte do livro Imortais, foram criados no Imortais para dar liga em uma trama muito importante e os personagens ficaram tão bacanas que não resisti e vou fazer um livro sobre eles.
Depois entraríamos em Deus: Filho do Homem, que é o livro sobre os vilões. É o primeiro livro que comecei a escrever em 2002~2003, mas nunca me senti a vontade de começar a carreira com esses vilões, mas depois dessa enxurrada de heróis o pessoal vai querer os vilões, mesmo porque eles também participam do Imortais na parte três e dão o maior trabalho que os heróis de Imortais já tiveram, então é claro que o pessoal vai ficar ancioso para ver a história deles.
Depois terei um livo de cronologia. Apesar de serem várias historias que não seguem uma cronologia temporal, a ideia do livro é ter esse nome para cutucar essa questão onde contarei de forma linear os eventos, pois as vezes um evento envolvendo um personagem aconteceu antes do que aconteceu com outro personagem mais velho que ele quando estão todos juntos. Esse seria um livro para os fãs e um livro com historias secretas não contadas.Tenho a ideia de um livro de encartes e desenhos sobre os personagens onde vou descrever de forma qualitativa e quantitativa o poder de cada um deles, pois não pretendo fazer personagens que são semideuses e dependendo da narrativa ele vai ficando mais poderoso para enfrentar outro mais poderoso. Eles tem seu limite, e no livro isso é perceptível e quero deixar uma noção bem clara do que os personagens são capazes. Eu tiro como base que o ser humano no máximo de sua força, no máximo de sua velocidade e de seu explendor, ele é valor 1. Então quando digo que um personagem é de valor 10 ele é 10 vezes mais forte do que o homem mais forte que existe.E tenho proposta de outros dois livros que seriam continuações de Imortais, mas que só farão algum sentido para as pessoas que já conhecem o universo através de todos os outros livros, pois essa continuação seria com todos os personagens do universo.
Rafael: Agora manda um recado para o pessoal que se interessou por Imortais. Como elas podem fazer para conseguir os livros. E para finalizar um recado para a galera da Locomotiva 26.
Kramalatus: Vou começar com um recado para o pessoal do Locomotiva 26. Agradeço por ter participado desde o primeiro livro. Desejo sucesso para vocês, acompanho seus posts, suas gravações e o material que vocês fazem. Não vou dizer que sou fã numero 1 porque estaria concorrendo com suas namoradas, famílias e outras pessoas mas sou fã do material de vocês que é muito bom, muito inspirador. Recomendo para a galera.
E para quem quiser adquirir o livro imortais, para quem não é de matão tem o site http://kramalatus.wix.com/imortais. Pode entrar em contato no campo de mensagem. Já enviei o livro para cidades do estado de São Paulo, para o Sul e Norte. O custo não é muito alto pois pelo Correio temos o tipo de envio Modico para livros que é preço único para o Brasil inteiro. E para o pessoal de Matão tenho alguns parceiros que vendem, como a Livraria Mec, Casa Linda Presentes e Decorações, a Ta a Pe Café e Livros e a Companhia de Dança do Ventre Fabiana Dias. A vantagem de comprar direto comigo é que o livro já vai autografado.
Rafael: Fábio, obrigado. Muito bom bater um papo sobre um livro muito bom! Sucesso sempre e que venham coisas novas!