Expresso do Oriente – Claymore
Fala galera! Aqui é o Héric, mais uma vez trazendo um vagão cheio de informação e entretenimento pra vocês! E hoje vou dar uma recomendação pra vocês de um anime que eu assisti já faz algum tempo, e que gostei muito: Claymore!
Quando me mostram um anime do gênero “ação”, eu fico meio que “com o pé atrás”. Pois na maioria das vezes, se trata de um anime com personagens sem nenhum aprofundamento e histórias mal desenvolvidas. Tá, alguns até que são legais quando você sabe que está assistindo só pela porradaria, mas uma hora acaba sendo só mais do mesmo. Na primeira vez que assisti Claymore, eu pensei que seria assim. Porque? Bom, pelo estereótipo da protagonista ser uma bela mulher com uma espada gigante nas costas, lutando contra seres bestiais em um cenário caótico que se assemelha à Europa na idade média. Essa premissa não me empolgou muito a princípio, pois a minha experiência com esse tipo de anime me dizia ”Olha, mais um anime com fan-service para caralho, com um enredo qualquer como pretexto para mostrar peitos e violência gratuita”. Felizmente, após ver o primeiro episódio, vi que esse não era o caso de Claymore.
Na verdade, o enredo de Claymore não é particularmente único: é um mundo distópico baseado na Europa medieval, onde existe uma organização composta quase completamente por guerreiras loiras que empunham longas Claymores (Claymore é um tipo de espada de montaria, de lâmina dupla, empunhada com as duas mãos – daí o nome do anime) que caçam criaturas demoníacas conhecidas como “Yoma” para proteger os humanos. Até aí ok, um grupo de protagonistas mulheres não é muito comum, especialmente em animes Shonen (Dragon Ball, Naruto, Bleach, One Piece), mas basicamente esse é um anime “caras bonzinhos versus demônios”.
“Mas Héric, você já falou que esse anime é um grande clichê, então qual é a parte boa?” Calma, não é bem por aí, eu já chego lá.
Talvez o elemento mais importante que difere Claymore dos demais é que este se trata intensamente de um drama pessoal. Enquanto muitos animes de ação deixam o desenvolvimento do personagem de lado pra dar mais espaço pra mais porrada, são os personagens de Claymore que estão à frente da ação. Como a história é dirigida pela ação dos personagens e não por aquele protagonismo que faz o herói vencer sempre, fica claro que qualquer ação terá sua respectiva consequência. Isso torna o desfecho dos embates muito mais imprevisível, pois não importa o quão forte um personagem seja, suas emoções humanas podem interferir a qualquer momento.
O tema obscuro do enredo também dá muitas oportunidades para o desenvolvimento dos personagens. O segredo por trás das Claymores (nome dado às mulheres que carregam essas espadas gigantes) é que a carne dos Yoma é implantada em seus corpos para melhorar suas habilidades. Isso tem um preço alto: elas têm de constantemente lutar contra seu lado Yoma, impedindo-o de despertar e transformá-las na criatura que juraram destruir. Além disso, os responsáveis pela criação e administração das Claymores as veem como seres descartáveis, gerando um atrito entre a organização e seus soldados.
Uma coisa que me deixou um pouco desapontado sobre esse anime é que, por ser um anime baseado em um mangá, ele termina na metade da história, deixando um monte de coisas sem explicação. O anime começou quando o mangá ainda estava sendo produzido (de fato, foi produzido até metade do ano passado). Apesar de o final ter deixado muitos pontos do enredo sem explicação, isso não quer dizer que o final seja ruim. Muito pelo contrário, ele termina em um ponto lógico da história, que seria o clímax do mangá, e encerrando a trama que foi proposta no início desse arco. E ainda coloca pingos nos i’s de algumas perguntas que foram levantadas no início do anime, dando uma grande curiosidade de continuar a história no mangá. Mesmo assim, ainda acho que é uma pena um anime tão bom não ter tido uma continuação.
O anime é visualmente incrível, com cenas de lutas bem fluídas e sem perdas de frames. Felizmente a censura passou bem longe daqui, então espere muito sangue, decapitações e tripas voando. A arte em geral é muito bonita, tanto nos personagens quanto na ambientação dos cenários. As protagonistas possuem pouca expressão facial devido à sua natureza híbrida de humano e yoma, reforçando ainda mais a atmosfera sombria. Isso, porém, deixa o anime um pouco confuso em algumas cenas perto do final. As Claymores são em sua maioria mulheres loiras de olhos cor de prata e uniformizadas, e em momentos onde várias delas são mostradas na mesma cena, fica difícil saber qual é qual.
Se vale a pena assistir? Definitivamente sim. Apesar de seus defeitos, Claymore foi um anime que me prendeu do começo ao fim. É difícil eu encontrar um anime que me faça assistir sem parar (como Evangelion ou Fullmetal Alchemist, por exemplo), mas esse eu zerei todos os 26 episódios em um final de semana. O drama de Claire e das outras Claymores tem um desenvolvimento intrigante e envolvente, e você sempre vai querer ver o próximo episódio. Resumindo, se você está procurando um anime mais maduro e obscuro, mas que ainda tenha alma de animes de ação com lutas e tudo mais, com certeza você vai gostar de Claymore.
E é isso aí pessoal, essa é a minha recomendação de anime de hoje, espero que gostem! Semana que vem tem mais!
Um forte abraço, e até a próxima estação! Sayonara!
O final no mangá é de deixar qualquer um perplexo…
Além de ter algumas coisas diferentes do anime, por exemplo, Clare não chega a enfrentar Priscila nas terras do norte…