Expresso do Oriente – A lenda por trás de Fatal Frame!

Fala galera! Aqui quem fala é o Héric, trazendo pra vocês um vagão cheio de informação e entretenimento! E hoje vou falar de um jogo (sim, de um jogo) que foi  um dos meus preferidos na época do Ps2: Fatal Frame!

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“But wait a sec… seus textos não são só sobre cultura japonesa?” Sim, são, e é exatamente sobre isso que vou falar aqui. Pra quem não jogou, a história do jogo é baseada em uma história real que aconteceu no Japão, numa mansão onde ocorriam sacrifícios para manter demônios saciados e impedir que eles atravessassem a barreira entre os dois mundos. Miku Hinasaki, protagonista do game e possuidora de poderes sobrenaturais, entra na mansão abandonada dos Himuro, a procura de Mafuyu, sua irmã desaparecida. Então Miku começa a descobrir rituais macabros de sacrifício humano conforme vai adentrando a mansão. Com nada além de uma câmera fotográfica como “arma”, Miku vai se aprofundando nos mistérios obscuros que rodeiam essa mansão.

Fatal Frame é basicamente baseado na lenda que cerca a mansão Himuro, no Japão. Há rumores de que a mansão foi o palco de mortes violentas de membros da família Himuro, algumas décadas atrás. A família Himuro participava de um específico e enigmático ritual xintoísta com o nome de “Ritual de Estrangulamento”, que era usado para selar o karma ruim da Terra. O Karma, chamado “Malice” (ou Malícia), surgiria em uma determinada data no fim de dezembro, de um portal no jardim interno da mansão. Para prevenir isso, uma donzela era escolhida ao nascer e isolada do mundo externo para ser criada como um cordeiro para sacrifício. Isso era feito para prevenir que ela, a “Donzela do Santuário da Corda”, adquirisse qualquer ligação com o mundo externo, o que arruinaria o ritual. Antes do “Ritual de Estrangulamento”, outra donzela era escolhida para o “Ritual do Demônio Cego” que, ao ser amarrada, sua face era forçada contra uma máscara de madeira com espetos nos locais onde deviam estar os olhos. A relação dessa prática com o “Ritual do Estrangulamento” não é conhecida, mas aparentemente era necessária para o sucesso.

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Após o tempo certo ter passado, chegaria o dia do “Ritual do Estrangulamento” para a “Donzela do Santuário da Corda”, onde ela seria atada por cordas nos seus pulsos, tornozelos e pescoço. As cordas eram amarradas a times de bois, que puxavam radialmente do corpo da menina, arrancando seus membros de seu corpo. Não é conhecido se ela estava morta antes de seus membros serem arrancados, entretanto, é lógico que a corda do pescoço a sufocaria, apesar de ela estar sentindo uma dor agonizante. As cordas usadas para amarrar seus apêndices seriam ensopadas com seu sangue e cruzadas no portal da Malícia. Mas o portal só permaneceria fechado por aproximadamente 75 anos antes de o ritual se repetir. Por gerações, essa tradição era passada pela família Himuro, o chefe da família sempre participava dos procedimentos.

 

Porém a honra da família levou ao desastre. Durante o último “Ritual de Estrangulamento” registrado, é dito que a “Donzela do Santuário da Corda” avistou um homem do lado de fora da mansão vários dias antes do ritual. Ela se apaixonou por ele, e seu novo apegamento à Terra manchou seu sangue e seu espírito; o ritual e seu sacrifício falharam miseravelmente. O chefe soube do acontecido e perdeu sua sanidade. Ele correu pela mansão assassinando sua família, os sacerdotes, e qualquer desafortunado que estivesse visitando a mansão na ocasião. Envergonhado com sua falha de prevenir a calamidade, ele caiu sobre sua própria katana, cometendo o Hara-kiri. A Família Himuro e os rituais realizados por ela agora estavam mortos. As pessoas locais ficaram quietas quanto a história, e eles não estavam nada ansiosos para descobrir detalhes das mortes. Ainda hoje, esforços são feitos para descobrir mais informações sobre a família e sua tragédia, mas os registros são poucos.

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Mas e a tal lenda da fotografia que aprisiona almas, de onde surgiu? Bom, não se sabe exatamente onde e quando isso começou. Na idade média, as pessoas acreditavam que os espelhos eram portais para o outro mundo, e que o reflexo visto nele era nada mais que a materialização da alma, que era a própria essência do ser vivo, refletida nele. Com a invenção da fotografia no fim do século 18, esse conceito foi trazido à tona. Acreditava-se que, como a fotografia era uma imagem fiel das pessoas fotografadas, uma fração da alma dessa pessoa era aprisionada no papel. Pra você entender melhor, é mais ou menos o eu acontece com as Horcruxes de Harry Potter. E é por isso que a “arma” utilizada no jogo é uma máquina fotográfica que aprisiona espíritos.

 

E é isso aí pessoal, espero que tenham gostado desse texto que fala sobre esse maravilhoso e assustador game! E se ainda não jogaram, tirem a poeira do seu Ps2 que deve estar aí abandonado num canto, e joguem, pois vale muito a pena! Bom, por hoje é só, semana que vem tem mais!

 

Até a próxima estação! Sayonara!

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