Ensaio Sobre o Ócio #2
Olá, pequenos e grandes seres consumidores de oxigênio, bípedes e de comportamento socialmente moldado às circunstâncias que os cercam, tudo bem?
Assim como no primeiro Ensaio sobre o Ócio, venho neste aplicar um pouco de ócio produtivo, que, desta vez, é fruto de uma procrastinação ao flerte com um tema pré-programado para vos apresentar e este, por sua vez, não aderiu às minha expectativas como avaliador em ápice de minha auto cobrança.
“Muitas ideias surgiram com a falta do que fazer.” – Complementando agora – E com a sequência interminada de algo proposto a si.
Bom, vamos lá:
“Todas cinzas e robustas a cobrir o céu antes esclarecido pelo reflexo solar adentrante de nossa camada, estas nuvens recheadas a ponto farto logo irão desaguar suas gotículas cintilantes de líquido puro qual saciará a fome da terra por um refrescante fôlego de vida.
O sol que pouco mostrou sua face, logo encaminha-se para o berço esperar o amanhã em manhã chagada, onde o manto negro o cobre por inteiro e nem sua vigia prateada aparece para dar-nos as boas vindas, muito menos os pontilhados de luz que marcam as tantas rotas imaginárias de desenhos cardeais. Mas, as nuvens continuam lá.
Sei que desaguarão a qualquer momento e que o frio fará de nossa pele sua morada, as calhas tocarão a sinfonia de uma harmonia úmida e gotejante que, por sua vez, serão prelúdio para o espetáculo de trovões logo após efeitos de luz radiantes…
Mas, por enquanto, elas estão lá, imóveis, esperando nossa desatenção para que possam contorcer esse seu tom cinza escuro em forma de água e voltar a forma límpida de elefante, de um sorvete de casquinha, de um dragão talvez ou tudo o que pode ser identificado pelos olhos orgulhosamente infantis de uma pessoa qualquer… Afinal, pouco antes de chover, ninguém vislumbra suas formas. ”
Bom, meus queridos seres providos de carbono e amoníaco, por hoje é só, até semana que vem.
^^
Hasta!