Locomotiva de Som – Ave Sangria
Olá Seres Humanos, quem vos fala é Sued e venho falar um pouco de música brasileira e, pelo pouco que me conhecem, já sabem que tenho um gosto, digamos, um tanto quanto peculiar…
Falar de música é um tanto quanto abstrato, em diversas partes, e, como o foco da Locomotiva de Som é fugir desse cenário onde a mídia enfia o que quer em nossos ouvidos, quero eu, vos apresentar Ave Sangria;
Vindos diretamente da querida Veneza Brasileira, os recifenses do Ave Sangria (Antes nomeados de Tamarineira Village) fizeram um grande marco na década de 70, causando choque nos espectadores e na população da época, tudo isso com uma reverência musical, para época, encantadoramente nova. Vamos por partes:
O Grupo;
Senhor excelentíssimo frontman Marco Polo nos vocais, Ivson Wanderley nas altas viagens e “fritações” em sua guitarra solo com drive de cubo rachado e no violão estralado, Paulo Raphael nos sintetizadores interplanetários, violão, guitarra base e vocais de auxílio, Almir de Oliveira marcando as frequências cavernosas em seu baixo, Israel Semente semeando altos compassos em sua bateria e Agrício Noya, ritmando em vigor na percussão.
A Identidade Visual;
Eram, nitidamente, hippies que gostavam de escandalizar, fruto da ideologia do amor livre e da liberdade poética, usavam batom, passavam mertiolate nos lábios e abusavam dos trejeitos para conquistar aquela rebeldia morna escondida nos jovens da época.
A Identidade Musical;
Junto com outros nomes consagrados da época como Alceu Valença, Flaviola e o Bando do Sol, com base no movimento “Tropicália”, muito conhecido também por Caetano Veloso (Circuladô de Fulô que o diga), difundido também pela vertente “Psicodália” o que trazia para o nosso Brasilzão o rock psicodélico com todo o nosso jeitinho de baião sambado…
As letras eram bem diferentes para a época, pois iam desde uma analogia romântica, platônica e/ou algo com embasamento emocional variado até algo agressivo e de uma presença forte de abstrato. (Por isso que eu amo a banda :D).
Sem dúvida nenhuma, a história de Geórgia, a carniceira, foi a que mais deu o que falar na época… Só por que ela vivia nos pântanos frios das noites de Deus Satã e jogava boliche com a cabeça das moças mortas de cio, no levantar das manhãs de Abril…
Infelizmente, o histórico de álbuns da banda é resumido em apenas um, o “Ave Sangria” de 1974, seguido de alguns dois EPS e paralelos reconstruídos, ao vivo, etc…
Para quem se interessou, indico degustar o álbum inteiro e, a cada faixa, deixar-se levar por essa tão gostosa rebeldia morna dentro de nosso espírito repreendido…
Deixo minhas duas faixas favoritas do álbum na página para apreciação. ( Mas o álbum inteiro é magnífico *_* )
Um grande beijo no pâncreas de vocês e aquele abraço molhado no fluído encefálico ^^